Pelo direito de torcer
nesta semana o Presidente Lula promulgou sem vetos a nova Lei Geral dos Esportes. Festejada, corretamente, por coibir manifestações de racismo e homofobia nas arquibancadas a Lei comete um erro técnico e também político.
No seu artigo 178, inciso 5 e 6, criminaliza-se as torcidas organizadas ao responsabiliza-las enquanto organizações por atos individuais dos seus associados. Inclusive comprometendo o patrimônio das TO e dos seus dirigentes. Me parece que só no caso das TOs este tipo de imputação existe.
Se existem atitudes ilícitas por parte de membros de TOs que se apure e puna-se. Aliás este tipo de perseguição foi uma das marcas da Operação Lava Jato que perseguiu e destruiu empresas por conta de ilícitos dos seus dirigentes.
Politicamente também é um erro pois as TOs, goste-se ou não, atuam desenvolvem ações de inclusão social e funcionam como espaço de organização coletiva da juventude da periferia dos grandes centros urbanos. Remetê-los à clandestinidade, sim porque as TOs não vão deixar de existir, em nada ajuda na formação de futuros cidadãos.
Por fim, mas não menos importante: quando, fazem três anos, os adeptos do bolsonarismo foram às ruas em plena pandemia chocar o ôvo da serpente do fascismo quem foi para o enfrentamento direto foram as TOs anti fascistas. E segmentos das TOs tradicionais como a Gaviões da Fiel. Ou vamos nos esquecer do domingo em que a Gaviões desmontou a manifestação bolsonarista na Av Paulista ?
E quem, senão a Galoucura e mais uma vez a Gaviões, foi para o enfrentamento com caminhoneiros que bloqueavam estradas no Brasil após a vitória eleitoral de Lula ?
Mas o preconceito e a arrogância dos setores progressistas brasileiros não reconhecem organizações populares autonomas.
Todo apoio à Anatorg — Associação Nacional de Torcidas Organizadas na luta pelo reconhecimento do artigo 178 da nova Lei Geral do Esporte.